Governadores de sete estados brasileiros anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”, uma iniciativa que pretende integrar esforços no combate ao crime organizado, através da troca de informações de inteligência e do apoio mútuo em recursos financeiros e efetivos policiais.
A proposta ganhou força após a operação policial realizada no Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro, que resultou em 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, entre os quais quatro agentes da polícia militar. O encontro que oficializou a criação do consórcio teve lugar no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Participaram da reunião os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Eduardo Riedel (PP-MS), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).
O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e ficará responsável por conduzir o processo de formalização do grupo.
Operação Contenção
Os governadores elogiaram os resultados da operação nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou na apreensão de 93 fuzis. O principal alvo da ação era Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, apontado como líder do Comando Vermelho, mas que não foi localizado.
Durante o encontro, os chefes estaduais defenderam que o objetivo do consórcio é promover ações conjuntas e efetivas de segurança pública, sem politização. No entanto, também manifestaram críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal ao Congresso Nacional em abril de 2025.
A PEC propõe dar estatuto constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e integrar as forças policiais de todo o país. Também estabelece que a União será responsável pela formulação da política nacional de segurança pública, cujas diretrizes deverão ser seguidas por estados, municípios e o Distrito Federal, com base nas recomendações do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social.
Escritório emergencial no Rio de Janeiro
No dia 29 de outubro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador Cláudio Castro anunciaram a criação de um escritório emergencial para enfrentar o crime organizado no estado do Rio de Janeiro. O objetivo é melhorar a coordenação entre os governos federal e estadual e reforçar o combate às facções criminosas.
Entre as medidas anunciadas estão:
• o envio de 50 novos agentes da Polícia Rodoviária Federal;
• o reforço das equipas de inteligência no estado;
• o apoio de peritos federais às investigações;
• e a transferência de 10 presos para penitenciárias federais, a pedido do governo fluminense.
notas finais
Este artigo, da autoria da Agência do Rádio, no Brasil, foi adaptado.
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